domingo, 28 de setembro de 2008

A despedida dos parentes e amigos I

Dia 20 de setembro de 2008. Seria apenas mais um dia comum no calendário de um jovem trabalhador brasileiro, nâo fosse por um motivo: Eu havia me desligado da APB Prodata e estava prestes a curtir um pouco minhas folgas antes da minha ida para Perth.

Ainda dia 19, saí de são Paulo em meu último dia de trabalho e cheguei em Taquaritinga de madrugada, após superar 186 kms de congestionamento e 2 horas pra sair da capital.

Falando do dia 20, empreendi uma viagem que deveria ter feito anos atrás. Saí de Taquaritinga rumo a Bauru, com destino a Santa Cruz do Rio Pardo, onde passei horas agradáveis e pude me despedir de uma amiga que considero especial, ainda mais porque me deverá em breve uma caixa de cerveja Norteña. Lá também conheci pessoas que se tornaram especiais, fazendo valer cada quilômetro rodado.

Na mesma noite, saí rumo a Sâo Paulo, cheguei 4:30 da madrugada em casa; adormeci, fiz as minhas malas e peguei minhas coisas (meu intuíto na viagem para Sâo Paulo); fechei minha participaçâo na empresa, revi a amiga Mariane e seu irmão Enéas, pelos quais tenho incomensurável estima, e parti para Jundiaí, onde revi minhas avós, primos e amigos.

Na segunda-feira estive em Campinas, resolvi problemas profissionais e revi pessoas que estimo. Na terça-feira, segui para Limeira, onde tinha uma parte de meus pertences da época em que trabalhei lá; revi outros amigos e parti para Araraquara, onde revi amigos e fiz a última reuniâo de 2008 no Brasil.

Dia 22 estava eu novamente em Taquaritinga, com a sensaçâo de descansado e dever cumprido.

Na quinta-feira, vieram meus primos Eduardo e Gustavo e passaram o dia comigo. Na sexta, o primo Davidson também veio e ficou aqui até hoje. Foi bastante divertido, retornei ao estádio Taquarâo, onde joga o CAT (Clube Atlético Taquaritinga) que disputa a serie A2 do Campeonato Paulista, onde joguei quando mais novo (categorias de base). Assisti a um jogo de uma copa sem muito valor, mas dei sorte. CAT 3 x 0 Botafogo (Ribeirão Preto). Havia poucas pessoas no estádio, mas a agitação que eu, meu primo e meus irmãos propiciamos foi o suficiente para agitar e atazanar a todos, inclusive para desconcentrar o narrador de uma rádio de Ribeirão Preto que estava na cabine de transmissão logo atrás de onde estávamos.

Sábado de madrugada fui a um show de um grupo chamado Tradição, o único evento que havia na cidade e meu primo quis ir. Mal vi o show, entrei, analisei algumas coisas e me deparei com uma situação um tanto chata (talvez constrangedora), e fui-me para casa. Meus irmãos estavam na ExpoMusic em São Paulo, pegaram autógrafos do vocalista e outros membros do grupo ANGRA. No final da noite, eles chegaram de ônibus, fui busca-los e busquei meu primo no show. As 3 da manhã estava em casa, insone. Adormeci as 5:30 e acordei ha pouco (10:30). Ainda bem que a mudança de fuso horário será benigna, já que na Austrália o fuso é +11.

Falando de viagem, neste final de semana saiu a confirmação do meu homestay (casa de família). Ficarei com hospedado na casa da família Bull, um casal de aposentados sem filhos que tem uma casa com piscina, SEM ANIMAIS (ainda bem) e próxima a praia de Scarborough, muito popular em Perth. A residencia de Mr. David Bull & Mrs. Rosalin Bull fica aproximadamente 20 minutos da escola em que estudarei e parece acolhedora; em poucos minutos enviarei um e-mail para fazer o primeiro contato com meus "pais postiços" no exterior perguntando mais sobre eles e tentando descobrir o que levar como presente de chegada, mas provavelmente será um par de havaianas ou coisa do tipo (o que lá é MUITO chique e MUITO caro).

Dos documentos, ainda falta meu transfer (taxi que me levará do aeroporto até a casa da família Bull). Ainda não fiz as malas, mas a maioria das dúvidas já está sanada. A maior dúvida é o vil metal: Levar em espécie em dolar americano, levar pouco em dolar americano e o resto em real e trocar lá...ainda não sei como proceder, mas até o final da semana descobrirei.

Ainda tenho que ligar para a Fly Emirates e marcar o número da minha poltrona no vôo, pois comprei um e-ticket, mas o assento ainda não está definido.

Hoje, como de costume há muitos anos, minha família almoça fora. É meu último almoço de domingo com a família reunida.

Faltam 6 dias apenas, pouco tempo para muita expectativa, mas continuo inerte, pois parece que ainda não me dei conta da mudança radical que acontecerá.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A Despedida da empresa

Hoje é meu último dia de trabalho na APB Prodata. Desde que dei meu aviso prévio, vou me despedindo aos poucos dos amigos. Até meus almoços que estava fazendo solitariamente para ir "me acostumando" com a solidão que terei na Austrália, voltei a fazer com os amigos.
Hoje o dia amanheceu ensolarado na capital. Tanto frio nas noites e dias anteriores, hoje o céu parece zombar de mim, em meu último dia de trabalho na capital, dizendo "Vaza, vagabundo"!!!
Houve dias em que a solidão bateu forte, em outros, a liberdade de estar só me fez refletir sobre muitas coisas; isso me ajudou a valorizar coisas que antes deixava de notar.
Quarta-feira participei de meu último jogo de futebol com a equipe da empresa. Ontem fiz meu exame demissional e hoje, meu último dia, enviei um e-mail a todo mundo com algumas piadinhas internas, me despedindo com bom humor. Foi gratificante, recebi alguns e-mails de resposta dizendo que o mundo será pequeno para o meu bom humor, e muitos desejando sucessos em minha nova empreitada.
Confesso que não foi uma decisão fácil abandonar tudo, o pessoal da APB Prodata é bastante divertido e acolhedor. Na empresa que quase todo mundo tem algum apelido e que contribuí com muitos, não poderia de deixar de levar o meu : NERSO da Capitinga, por eu ser do interior e ainda arrastar um pouco o "R".
Sentirei saudades disso tudo, da Avenida Paulista com suas diversas opções de comida e happy hours, das "figuras" que por aqui passam, das noites que cheguei a engasgar de tanto rir de algumas situações e de coisas que só existem em uma capital com tamanha diversidade cultural como São Paulo.
Infelizmente não consegui me despedir de todos os amigos que gostaria, mas estes sabem que moram em meu coração, e que o fato de não ter conseguido me despedir deles foi obra da vida corrida que levo aqui na capital.
No final do expediente irei a Taquaritinga. Sábado já saio de viagem novamente, devendo retornar ao lar na terça-feira somente. Será bastante corrido, e espero conseguir tantas coisas quanto tenho planejado, pois o tempo é curto.
É uma época de transição bem complexa e amedrontadora. A vida para mim volta a ser como quando tinha 5 anos de idade: Um enorme ponto de interrogação, que pretendo lapidar e desentortar, para que se torne um ponto de exclamação.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Quem sou, de onde vim, para onde vou.

Começo esse Blog falando um pouco de mim aos que me conhecem e aos curiosos que como eu, entram em blogs procurando por informações de Perth, tentando assim sanar as incertezas que me aguardam na nova terra.

Meu nome é Péricles, nome que diga-se de passagem rendeu-me inúmeros apelidos, sendo o mais comum, "Picles". Tenho 26 anos, sou Analista de Sistemas, formado pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), considero-me um ser sociável e de fácil convivência, qualidades que me foram indispensáveis para morar longe dos pais desde que resolvi cursar a universidade e morar com amigos.

Diante das oportunidades futuras e vislumbrando o crescimento financeiro do país até 2014 (quando o Brasil sediará a Copa do Mundo), não hesitei em aprender outro idioma e vivenciar outras culturas.

Trabalho em uma empresa francesa, chamada APB Prodata, que se instalou no Brasil há 16 anos, abrindo apenas um "pequeno escritório", que em poucos anos tornou-se a lider nacional em backoffice e validadores no setor de transporte público, difundindo-se em todo o Brasil, em diversas filiais. Trabalho no setor de Implantação, na Avenida Paulista, centro comercial do país. É uma empresa muito "jovem", o clima de trabalho é bem descontraído; foi uma decisão difícil, mas deixarei minha função daqui a poucos dias para viver na Austrália por algum tempo.

A escolha de Perth se deu justamente por ser a metrópole mais isolada do mundo. Não são muitos os brasileiros que vão pra lá, e é uma metrópole "calma", com 1,5 milhões de habitantes, população receptiva e clima bastante agradável. Minha intenção era ganhar um "descanso" da loucura que é São Paulo, com sua região metropolitana beirando 18 milhões de habitantes.

Talvez a palavra "viagem" soe como algo grande para tantas pessoas, mas diante do meu trabalho, tanto neste quanto em anteriores que exigiam de mim viagens contínuas, sinto que a minha ida para Perth seja apenas mais uma dessas viagens corriqueiras, só que com maior duração. Na real, ainda não caiu a ficha.

Meu foco no momento está em organizar a minha ida, despedir-me de alguns amigos. Minha viagem está marcada para 04 de outubro de 2008, e viajarei pela Fly Emirates, farei escala em Dubai e terei a oportunidade de conhecer o que hoje é a maior potência em crescimento nas arábias.


Feito isso, partirei enfim para Perth, ficarei hospedado em homestay (casa de uma família australiana), serão árduas 36 horas de viagem. Ainda não fiz as malas e estou com milhões de dúvidas sobre o que é útil ou inútil levar, duvidas essas que estão aos pouco sendo sanadas por conhecidos que lá estiveram.

Adotei o nome Perikangoo em uma junção de Péricles + Kangaroo, simbolo daquele país.

Tentarei postar aqui alguns detalhes do meu dia-a-dia que sejam importantes. Espero que as informações possam ajudar e encorajar outros estudantes desbravadores.